DIOSCÓRIDES E O HUMANISMO PORTUGUÊS: OS COMENTÁRIOS DE AMATO LUSITANO

Pietro Andrea Mattioli: biografia

Pietro Andrea Mattioli (1501-1578)

Primeiros anos de vida e formação académica

Pietro Andrea Mattioli, filho do médico Francesco Mattioli e de Lucrezia Buonisegna, nasceu em Siena no dia 12 de março de 1501. Embora não tendo nascido numa família abastada (devido ao elevado número de 13 filhos), o registo de baptismo indicia que terá feito parte da elite cultural citadina. De acordo com uma biografia traçada no século XVIII pelo abade G. Fabiani, Mattioli passou a infância em Veneza e nas proximidades de Pádua, tendo recebido a sua formação base nas línguas clássicas, retórica e filosofia. De acordo com uma biografia mais antiga, a de Gio Nicola Bandiera, Mattioli terá iniciado os estudos em Siena, numa escola que seguia o novo modelo de ensino proposto por Erasmo de Roterdão. Um documento recentemente descoberto no arquivo de Balìa de Siena, datado de 11 de Julho de 1516 parece apoiar esta segunda hipótese. Trata-se de um documento que declara a isenção de todos os impostos em favor da família de Francesco Mattioli, ?attenta paupertate et calamitate?, que, no verão de 1516, ainda não estava em Veneza. Nos anos seguintes Mattioli frequentou a faculdade de Medicina de Pádua, graduando-se em 1523. Regressou a Siena, mas, devido ao clima de insegurança que então se vivia nesta cidade, depressa se mudou para Perugia, onde estudou cirurgia sob a orientação de Gregório Caravita. Em simultâneo demonstrava interesse pela história natural e pela botânica, tecendo observações a herbários e a plantas.


Em Trento ? proteção do Cardeal Bernardo Clesio

Depois do saque de Roma em 1527, Mattioli mudou-se para Trento. Estabeleceu a sua residência em Val di Non e logo granjeou uma boa reputação graças ao exercício da arte médica. A sua fama chegou aos ouvidos do Cardeal Bernardo Clesio, bispo de Trento, que em 1528 o levou para a sua corte. Depressa se tornou seu amigo, conselheiro, médico e, inclusive, botânico, com a incumbência de cuidar do jardim que adornava a imponente residência senhorial. Fez amizade com Erasmo e com outros humanistas italianos e europeus. Nesse mesmo ano casou com uma jovem chamada Elisabetta; em 1545, tiveram um filho, Paolo (Pavolino), que morreu durante a infância.
O primeiro trabalho de Mattioli remonta a 1534, embora alguns façam recuar essa data a 1530 (Moretti, 1843, p. 32, De Toni, 1901, p 12.). Publicada em Bolonha sob o título de Morbi Gallici novum ac utilissimum opusculum e reeditada no ano seguinte numa antologia dedicada ao seu mecenas Bernardo Clesio (Liber de morbo Gallico in quo diversi celeberrimi in tale materia scribentes medicine contine[n]tur auctores, Veneza, 1535), esta obra recolhia os mais avançados contributos sobre esta matéria. Este trabalho de Mattioli foi incluído no Morbi Gallici curandi ratio exquisitissima a variis iisdemque peritissimis medicis conscripta (Lyon, 1536), obra de referência no quadro dos estudos sobre a sífilis. O opúsculo de Mattioli propunha como cura para a sífilis um medicamento à base de mercúrio, que logo se tornou o mais difundido em todo o continente, não obstante provocar com frequência uma intoxicação muitas vezes grave. Nesta etapa de permanência em Val di Non começou a reunir materiais para a tradução do tratado de Dioscórides, segundo consta numa carta do cardeal de 1553, citada por S. Ferri.

Em Gorizia ? os comentários da obra De materia medica de Dioscórides e a polémica com Amato Lusitano

Com a morte do seu protector em 1539, Mattioli enfrenta graves dificuldades económicas, atestadas numa carta sua a Niccolò Rabatta, em que reclama das más condições financeiras (citado in Fabiani, pp. 21 e sqq.). Em busca de melhores condições de vida, Mattioli decidiu mudar-se para Gorizia em 1542 (segundo alguns, em 1541 - Moretti, 1844, p. 59, De Toni, 1901, p. 14). Viveu aqui até 1555, exercendo com alguma relutância a profissão médica (Cf. a carta a Niccolò Rabatta, 1545 cit. in Fabiani, p. 23). Em Gorizia, dedicou-se sobretudo a completar a escrita da sua obra principal, Di Pedacio Dioscoride Anazarbeo libri cinque Della historia et materia medicinale tradotti in lingua volgare italiana [?], cuja primeira edição, sem gravuras, foi publicada em Veneza em 1544.
Esta primeira versão italiana teve uma auspiciosa fortuna editorial em toda a Península Itálica, tendo sido publicada, repetidas vezes, sem a anuência de Mattioli, e com grandes erros, por várias editoras inescrupulosas, como aconteceu em Mântua, em 1549. Este facto motivou Mattioli a preparar a edição latina do livro, os Commentarii in libros sex Pedacii Dioscoridis Anazarbei De materia medica? (Veneza, 1554), a que se lhe seguiram, em vida, mais de dez edições: Basileia, 1557; Veneza, 1558, 1559, 1560; Praga, 1561; Lyon, 1562; Veneza, 1563; Lyon, 1564; Veneza, 1565, 1569, 1570; Lyon, 1571; Veneza, 1575, 1583; Frankfurt, 1598 [Opera Omnia]; Veneza, 1604; Basileia, 1674; Veneza, 1674, 1744.
A edição de Veneza de 1558 ? Apologia adversus Amathum Lusitanum cum censura in eiusdem enarrationes ? contém a defesa contra as críticas que Amato Lusitano lhe havia dirigido na sua obra In Dioscoridis Anazarbei De medica materia libros quinque enarrationes eruditissimae (Veneza, 1553).
Dentro do hábito renascentista de destacar e emendar os erros de tradutores e comentadores prévios, as avaliações de Amato equilibram-se entre os erros que lhe aponta ? Matthiolus errat, M. sibiipsi contradicit, M. pereram sentit, M. indistinquendo negligens, M. fallitur, M. decipitur, M. error, M. inepte Theophrastum reprehendit [...] ? e a autoridade que lhe reconhece dentro de um quadro de erudição nas ciências médicas e botânicas ? Matthiolus doctissime adnotat; M. doctissime sane; M. vir mea sententia, in re herbaria veluti caeteris medicinae partibus satis instructus. Porém, a resposta de Mattioli, dada à luz apenas em 1558 (cinco anos após a obra de Amato) evidencia, na violência das suas invectivas, 224 páginas de grande ressentimento. As primeiras 100 páginas são dedicadas a 10 correções, descritas como ?calúnias?. As restantes 124 ocupam-se das ?censuras?, num total de 100, uma grande diferença numérica em relação às 20 correções que Amato lhe tinha apontado. Não obstante a demora, Mattioli já tinha manifestado o seu rancor numa carta com a data de 13 de julho de 1553, endereçada a Ulisse Aldrovandi: ?Presto vedrà la S. V. in stampa una Epistola apologetica nel fine del mio Dioscoride latino diretta a un certo Amato Lusitano marrano medico al quale non bastando d?avermi rubbato i Comenti tutti integri del mio libri, gl? ha bastato ancor l?animo di scrivermi contra in più de XX. luoghi in suo Commentuzo fatto sopra Dioscoride?. Para além de a Apologia de Mattioli integrar a edição de 1558 dos seus comentários a Dioscórides, esta também foi incluída em várias edições subsequentes. Segundo a carta nuncupatória da Centuria V (1560), Amato preparou uma resposta que pretendeu publicar em Veneza, mas que, provavelmente, por censura eclesiástica, nunca chegou a ser publicada: "arbitror equidem eos, qui pro religione sunt, maxime delevisse meam defensionem in Matteolum Senensem factam, sed sciant omnes me brevi responsurum eius Apologiae".

Em Praga ? médico ao serviço da dinastia dos Habsburgos

Em 1554, Mattioli foi chamado a Praga, onde se tornou médico pessoal da família de Fernando I e, posteriormente, do sucessor de Fernando I, Maximiliano II. Depois da morte da primeira mulher (1557), Mattioli casou com Girolama di Varmo, de quem teve dois filhos, chamados Ferdinando (nascido a 1562) e Massimiliano (nascido a 1568), em honra da dinastia dos Habsburgos.
Também a partir de 1557 há um segundo ataque aos Discorsi, desta vez de um ilustre botânico prussiano, Guilandino Melchior. A polémica teve início com a publicação de uma carta de Guilandino a Conrad Gesner, seguida da resposta, num opúsculo intitulado De stirpium aliquot nominibus vetustis ac novis? Epistolae II?, Basileia, 1557. A carta, redigida num tom extremamente provocatório e polémico, tem como objeto alguns erros de Mattioli na identificação de espécies de plantas citadas pelos clássicos. Gesner, porém, na sua carta-resposta, sentindo necessidade de se afastar das afirmações de Guilandino, conclui que os erros de Mattioli eram de pouca monta e, como tal, não afectavam o valor global da obra. Envolvido na disputa, Mattioli respondeu com uma Epistola de bulbocastaneo, oloconitide, mamira [...] Praga, 1558 (depois nas pp. 159-172 in Epistolarum medicinalium libri quinque, Praga, 1561. Este livro, de grande sucesso (com uma edição posterior em Lyon, 1564), recolhia a correspondência científica de Mattioli e refutava os argumentos do adversário.

Últimos anos
Em 1571, já idoso e cansado pelo desgaste da profissão, Mattioli decidiu refugiar-se na vida privada, deixando Praga e dirigindo-se primeiro a Verona, em seguida a Trento e, por fim, a Innsbruck, onde passou os últimos seis anos da sua vida. Aí dedicou-se a tratar da impressão de algumas obras (uma nova edição dos Discorsi, Veneza, 1573; uma posterior edição dos Commentarii, Veneza, 1575; um Compendium de plantis omnibus una cum earum iconibus... Veneza, 1571), bem como a tratar dos seus negócios, como testemunha, mais tarde, a sua carta datada de 2 de março de 1577, uma procuração para a venda da casa aristocrática de Siena.
Mattioli faleceu de peste em Trento, onde estava de visita nos primeiros meses de 1578.

Sumário Cronológico da Vida e Obra de Mattioli [*]
(http://chifar.unipv.it/museo/Console/mattioli05/MttCrn.htm), da autoria de Renzo Console

1501: (Ano 1500 ab incarnatione [**]). Mattioli nasce em Siena no dia 11 de março (segundo alguns 14 ou 21 de março), filho do médico Francesco.
1523: Mattioli gradua-se em Medicina em Pádua.
1527: Após o saque de Roma, Mattioli decide mudar-se para Trento.
1528: Mattioli torna-se médico e conselheiro do cardeal Bernardo Clesio. Contrai o primeiro matrimónio.
1534: Morbi Gallici Novum ac Utilissimum Opusculum di Mattioli (segundo alguns, publicado pela primeira vez em 1530).
1535: Liber de Morbo Gallico de Mattioli dedicado a Bernardo Clesio.
1536: Mattioli acompanha Bernardo Clesio a Nápoles para um encontro com o imperador Carlo V. De Morbi Gallici Curandi Ratione de Mattioli.
1539: Il Magno Palazzo del Cardinale di Trento(em verso) de Mattioli dedicado a Bernardo Clesio. Bernardo Clesio morre e sucede-lhe Cristoforo Madruzzo.
1541: Mattioli queixa-se de dificuldades financeiras numa carta endereçada a Niccolò Rabatta.
1542: Mattioli muda-se para Gorizia (segundo alguns em 1541), onde exerce medicina e trabalha na tradução do tratado De Materia Medica de Dioscórides .
1544: Di Pedacio Dioscoride Anazarbeo Libri cinque Della historia, & materia medicinale tradotti in lingua volgare italiana da M. Pietro Andrea Matthiolo Sanese Medico, con amplissimi discorsi, et comenti, et dottissime annotationi, et censure del medesimo interprete, primeiros Discorsi de Mattioli sobre a obra de Dioscórides, publicados em Veneza, sem gravuras, e dedicados ao cardeal Cristoforo Madruzzo, príncipe-bispo de Trento e Bressanone.
1545: Mattioli escreve a Niccolò da Rabatta para explicar a sua relutância em visitar os pacientes.
1548: Segunda edição dos Discorsi de Mattioli sobre Dioscórides. Tradução em italiano da Geografia de Ptolomeu.
1549: Edição dos Discorsi publicada em Mântua com as gravuras erradas e sem a anuência de Mattioli.
1550: Terceira edição oficial dos Discorsi, com novos índices que serão depois incluídos em todas as edições posteriores.
1551: Outra edição dos Discorsi.
1552: Outra edição dos Discorsi.
1553: In Dioscoridis Anazarbei de Medica Materia Libros Quinque Enarrationes Eruditissimae de João Rodrigues, Amato Lusitano, onde apresenta algumas críticas a Mattioli.
1554: Petri Andreae Matthioli Medici Senensis Commentarii, in Libros sex Pedacii Dioscoridis Anazarbei, de Materia Medica, Adjectis quàm plurimis plantarum & animalium imaginibus, eodem authore, primeira edição latina dos Discorsi de Mattioli, chamados Commentarii, pela primeira vez com gravuras, dedicados a Ferdinando I de Áustria, agora ?principe dei Romani, di Pannonia e di Boemia, infante di Spagna, arciduca d?Austra, duca di Borgogna, conte e signore del Tirolo?. Mattioli endereça uma carta de agradecimento ao professor Ulisse Aldrovandi por ter aconselhado os seus Commentarii aos estudantes de Bolonha. Ferdinando I chama Mattioli a Praga como médico pessoal do seu segundo filho, o arquiduque Ferdinando. Edição da Materia Medica de Dioscórides, corrigida e anotada por Mattioli, publicada em Lyon.
1555: Outra edição dos Discorsi publicada em Veneza. Mattioli muda-se para Praga. Pouco mais tarde Ferdinando I contrata os ilustradores para os Discorsi.
1556: Mattioli segue relutantemente o arquiduque Ferdinando na Hungria na guerra contra os turcos.
1557: Outra edição dos Discorsi publicada em Veneza. Escreve a Aldrovandi sobre a sua viagem à Hungria. Casa-se pela segunda vez e deste casamento nascem dois filhos, a quem poria os nomes de Ferdinando e Maximiliano, em honra da casa real.
1558: Apologia Adversus Amatum Lusitanum de Mattioli.
Epistola de bulbocastaneo, oloconitide, mamira, traso, moly, doronico, grano zelin, zedoaria, zurambeto, carpesio & aliis de Mattioli.
Apologia Adversus Petrum Andream Matthaeolum de Melchiore Guilandino manifestando-se contra a identificação de algumas espécies efetuada por Mattioli.
1559: Outra edição dos Commentarii e dos Discorsi publicada em Veneza.
1560: Mattioli pede ao imperador Ferdinando I a aprovação da realizaçãoo da edição melhorada dos Commentarii, com o apoio do arquiduque Ferdinando. Reimpressão da edição de 1559 dos Discorsi e nova edição dos Commentarii.
1561: Primeira tradução dos Commentaires de Mattioli em francês, traduzida por Antoine du Pinet. Epistolarum Medicinalium Libri Quinque de Mattioli, a cargo do editor Valgrisi. Adversus XX Problemata Melchioris Guilandini Disputatio de Mattioli. Historia Plantarum de Antoine du Pinet, retomada a partir dos escritos de Mattioli e de outros.
1562: Primeira edição dos Commentarii de Mattioli em língua checa, com gravuras novas e melhoradas, desenhadas por Giorgio Liberale e gravadas por Wolfgang Meyerpeck.
Defensio XX Problematum Melchioris Guilandini Adversus Quae Petrus Andreas Matthaeolus ex Centum Scripsit di Paulus Hess. Nova edição dos Commentarii em latim, dedicados a Ferdinando I de Áustria, ?re dei Romani, di Pannonia e di Boemia, infante di Spagna, arciduca d?Austria, duca di Borgogna, conte e signore del Tirolo?.
1563: Primeira tradução em alemão dos Discorsi de Mattioli, com as gravuras melhoradas e em formato grande. Outra edição italiana dos Discorsi, publicada em Veneza.
1564: Mattioli continua a servir na corte de Praga como médico do novo imperador Massimiliano II. Escreve uma carta a Petrus Sibyllenus, que este publica na sua obra De Peste Liber, acrescentando alguns ?remedia contra pestem? de Mattioli.
1565: Mattioli agradece a Gherardo Cibo por lhe ter enviado através do seu irmão Cipião três dos seus desenhos coloridos de plantas. Primeira edição dos Commentarii de Mattioli em latim com as gravuras ?grandi?.
1566: Outra tradução dos Commentaires, traduzidos por Antoine du Pinet.
1568: Primeira edição dos Discorsi em italiano com as gravuras ?grandi? e melhoradas, dedicada à princesa Giovanna, arquiduquesa da Áustria. Alguns exemplares desta edição italiana de 1568 foram, então, pintados à mão e iluminados por alguns artistas, entre eles Gherardo Cibo.
1569: Mattioli casa-se pela terceira vez. Opusculum de Simplicium Medicamentorum Facultatibus de Mattioli. Nova edição dos Commentarii.
1570: Nova edição dos Commentarii.
1571: Compendium de Plantis Omnibus una cum Earum Iconibus de Mattioli. Depois da sua passagem por Trento e Verona, Mattioli foi viver para Innsbruck.
1572: Primeira edição de Jean des Moulins dos Commentaires, compreendendo também De la Maniere de Distiller les Eaux de Toutes Plantes, Et comment les naïves odeurs se peuvent conserver en icelles. Outra edição da tradução de Antoine du Pinet dos Commentaires.
1573: Última edição reimpressa em vida dos Discorsi. Del Modo di Distillare le Acque da Tutte le Piante de Mattioli, publicado anteriormente como apêndice aos Discorsi.
1575: Nova edição dos Commentarii.
1578: (Ano 1577 ab incarnatione [**]). Mattioli morre de peste em janeiro ou fevereiro durante uma visita a Trento.
1579: Justus Mollerus publica em Basileia o Fasciculus Remediorum ex Dioscoride et Mathiolo. Primeira edição dos Commentaires em francês publicados depois da morte de Mattioli.
1580: Gherardo Cibo recebe do duque de Urbino, Francesco Maria II della Rovere, uma cópia dos Discorsi de Mattioli de 1568, para pintar as ilustrações.
1581: Primeira edição dos Discorsi em italiano, publicada depois da morte de Mattioli.
1583: Segunda edição dos Commentarii com as gravuras em formato grande.
1585: Segunda edição dos Discorsi em italiano com as gravuras em formato grande.
1591: Annotationi, & Emendationi nella Tradottione dell?Eccell. P. Andrea Matthioli de Cinque Libri della Materia Medicinale di Dioscoride Anazarbeo de Antonio Pasini.
1597: Outra edição dos Discorsi in italiano com as tabelas ?piccole?, dedicada ?alla serenissima principessa Giovanna arciduchessa d?Austria?.
1598: Primeira edição da obra completa de Mattioli em latim, publicada em Frankfurt.
1604: Terceira edição dos Discorsi em italiano com as gravuras em formato grande.
1605: Outra edição dos Commentaires em francês.
1617: Ferdinando e Massimiliano, filhos de Mattioli, erigem um monumento em honra do seu pai, na Catedral de Trento.
1619: Outra edição dos Commentaires em francês.
1620: Outra edição dos Commentaires em francês.
1621: Outra edição dos Discorsi em italiano.
1627: Outra edição dos Commentaires em francês.
1642: Outra edição dos Commentaires em francês.
1645: Outra edição dos Discorsi em italiano.
1655: Outra edição dos Commentaires em francês.
1674: Segunda edição da obra completa de Mattioli em latim, publicada em Basileia.
1680: Outra edição dos em francês.
1712: Outra edição dos Discorsi em italiano.
1744: Outra edição dos Discorsi em italiano.

[*] Adotamos a grafia "Mattioli", porque é a mais utilizada atualmente, mas devemos notar que era chamado de "Matthioli" em todas as suas obras impressas durante sua vida, e é muito provável que fosse esta a grafia comummente utilizada por ele próprio.
[**] Quando viveu Mattioli, era utilizado, em todos os territórios sob o domínio de Florença, um calendário diferente do tradicional. Efetivamente, para os florentinos, o ano começava no dia 25 de março, data da conceção de Cristo e festa da Anunciação de Maria. Assim, a data expressa de acordo com o hábito florentino (também adotado por Mattioli) era um ano de atraso, entre 1 de janeiro e 24 de março. Esta contagem do ano foi chamada de "ab Incarnatione" para uma maior facilidade de distinção em relação ao calendário tradicional. Mattioli nasceu e morreu nos primeiros meses do ano (tradicional), por isso temos duas datas diferentes, tanto para o seu nascimento, como para a sua morte, de acordo com o calendário adotado para expressá-las. De facto, segundo o calendário gregoriano, o ano de 1501 vai de janeiro de 1501 a dezembro de 1501. De acordo com o calendário em uso nos territórios de Florença, os primeiros três meses do ano (janeiro, fevereiro e março até dia 24), pertencem ainda ao ano de 1501.



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BORGES, Ana Margarida de Almeida, “Léxico portugués bajo la marca Hispanice en los comentarios de Amato a Dioscórides”, Revista de Lexicografía (aceite para publicação).